segunda-feira, 1 de julho de 2013

Roubar aos ricos, em caso de extrema necessidade, não é pecado.


POR QUE SE DIZ QUE LUTERO
É A REENCARNAÇÃO DE PAULO?



Porque “o personagem histórico que mais semelhança apresenta com Paulo é Lutero. Em um ou em outro existe a mesma violência na linguagem, a mesma paixão, a mesma energia, a mesma nobre independência, o mesmo agarrar-se, frenético, a uma tese considerada como a verdade absoluta” (RENAN, Ernest. Paulo: o 13º apóstolo. São Paulo: Martin Claret, 2004, p. 382) (»» O negrito é meu: http://jpinheirosouza.blog.uol.com.br/).
A doutrina de Lutero é, de fato, idêntica à de Paulo. Ambos desprezam muito a razão. Para Lutero, “a razão é o maior inimigo que a fé possui; ela nunca aparece para contribuir com as coisas espirituais, mas com frequência entra em confronto com a Palavra divina, tratando com desdém tudo o que emana de Deus. Quem quiser ser cristão deve arrancar os olhos da razão. A razão deve ser destruída em todos os cristãos” (apud DAWKINS, Richard. Deus, um delírio. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 251) (negrito meu).
Tanto para Paulo como para Lutero, a salvação é obtida somente pela fé (sola fides), em contraposição à doutrina autêntica de Jesus e de Tiago da salvação pelas obras de caridade. Nas palavras do apóstolo Tiago, “a fé sem obras é morta” (Tiago 2,26) (negrito meu), enquanto Paulo e Lutero defendem a tese oposta de que a salvação é obtida exclusivamente pela fé em Cristo morto e ressuscitado.
Devemos discordar desta teologia paulina e luterana da salvação somente pela fé, e defender, com o apóstolo Tiago (e o Jesus histórico), a tese oposta de que “a fé sem obras é morta” (Tiago 2,26). Por outro lado, as obras (de amor) sem a fé têm imenso valor.
Sei que Martinho Lutero (visto corretamente por alguns médiuns espíritas como a reencarnação de Paulo), para defender a sua tese da justificação somente pela fé (sola fides), chegou mesmo a rejeitar a Epístola do apóstolo Tiago – radicalmente oposta à sua tese – considerando-a como anti-cristã ou pseudo-cristã, mas a verdade acerca deste tema polémico está mesmo com Tiago, ao afirmar que “se alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que lhe aproveitará isso? Acaso a fé poderá salvá-lo” (Tiago 2,14)? Em suma, a fé com obras (de caridade) tem grande valor, mas a fé sem obras não “salva” (não liberta) ninguém.
Em termos mais claros ainda, o que é indispensável para obter-se a “salvação”, ou melhor, a “libertação”, ou “evolução espiritual”, são as obras de amor, de caridade, de justiça e de perdão, como Jesus expressou sobretudo no Sermão da Montanha (Matheus 5-7). É, no feliz dizer do escritor espírita (e ex-pastor evangélico) Jayme Andrade,
encher o coração de amor e sair repartindo com o próximo, sem excetuar nem mesmo os que nos façam mal, é perdoar e esquecer as ofensas, é fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem, é socorrer os pobres em suas necessidades, enfim, é usar de misericórdia com todos (ANDRADE, 1995, p. 90).
A “verdadeira religião”, convém repetir, não consiste essencialmente em “crenças”, mas na “vivência do amor”:
A religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisto: em assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e em guardar-se livre da corrupção do mundo (Tiago 1, 27).
Esta, não me cansarei de repetir, é a religião, a verdadeira religião universal. Quem a praticar estará “salvo”. Esta verdadeira religião não necessita de rótulo, não precisa de nome, mas da vivência do amor em favor do próximo, sobretudo do próximo excluído e abandonado (personificado na passagem bíblica acima por “órfãos e viúvas”).
Para concluir, tudo indica mesmo que Lutero é literalmente a reencarnação de Paulo de Tarso, pois ambos pregam a mesma doutrina cristã dogmática, exclusivista, fundamentalista, discriminatória e mítica da salvação somente pela fé em Cristo morto e ressuscitado. Ambos acreditam no mito do pecado original e na crença de que Jesus morreu para pagar os nossos pecados com o seu sangue derramado na cruz, e “em um ou em outro existe a mesma violência na linguagem, a mesma paixão, a mesma energia, a mesma nobre independência, o mesmo agarrar-se, frenético, a uma tese considerada como a verdade absoluta” (RENAN, op. cit., p. 382) (Negrito meu). Além disso, ambos desprezam muito a razão. Para Lutero, convém repetir, “a razão é o maior inimigo que a fé possui; ela nunca aparece para contribuir com as coisas espirituais, mas com frequência entra em confronto com a Palavra divina, tratando com desdém tudo o que emana de Deus. Quem quiser ser cristão deve arrancar os olhos da razão. A razão deve ser destruída em todos os cristãos” (apud DAWKINS, op. cit., p. 251) (negrito meu).




 Escrito por o cristão redivivo José Pinheiro de Souza
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Quem condenaria alguém por roubo, concretamente se se rouba a uma pessoa rica ou uma instituição endinheirada, para, numa situação de desespero, comprar um remédio ou pão para um filho esfomeado? "Há matizes morais e jurídicos que diferenciam quem rouba um pedaço de pão e quem tira a uma viúva o sustento com que alimenta os filhos." Lá está o carácter insaciável de algumas pessoas com quantidades de dinheiro suficientes para mais de dez vidas e que continuam a roubar. No entanto, só podemos comer três vezes ao dia e dormir numa cama de cada vez. "No fundo, há um limiar a partir do qual o dinheiro se transforma numa doença e não numa ajuda." Aí estão os especuladores gananciosos, que enriquecem utilizando mecanismos e sistemas que, embora não constituam delito no sentido estrito do termo, equivalem a roubar do ponto de vista moral: legalidade e moralidade não coincidem, "sobretudo em situações de penúria e escassez". Ilustro isto com o que leio num documento divulgado pela organização não governamental Oxfam, aonde pode-se ler, que os paraísos fiscais ocultam 14 biliões (14 seguido de 12 zeros) de euros, que, se fossem taxados, poriam duas vezes fim à pobreza extrema no mundo.



E os impostos? Lá está o dito célebre: duas certezas na vida: morrer e ter de pagar impostos. A justificação destes só pode ser o bem comum e o bem-estar, como bens colectivos, segurança social, protecção no desemprego e na doença, garantidos pelo Estado. Se o Estado não cumpre os seus deveres, nomeadamente na sua função redistributiva, pode chegar-se a "uma forma legal de roubo".



Os crentes muito ligados à ética não se têm cansado de insistir na necessidade de trazer a ética para a economia e para a finança. Na sua linguagem simples, o papa Francisco, evocou recentemente uma parábola para explicar a crise. Como se trata de uma "crise do homem, que destrói o homem, que despoja o homem da ética, tudo é possível, tudo se pode fazer, e vemos como a falta de ética na vida pública faz tanto mal a toda a humanidade". E vem a estória, contada por um rabino do século XII. Aquando da construção da Torre de Babel, era necessário fabricar tijolos do barro, meter-lhe palha, levá-los ao forno e, já cozidos, transportá-los para o alto. Cada tijolo era um tesouro, devido a todo o trabalho para o fabricar. Quando caía um tijolo, era um drama e o operário era castigado. Mas se caísse um operário nada acontecia.



"Isso é o que se passa hoje: se os investimentos nos bancos caem, é uma tragédia, mas se as pessoas morrem de fome, se não têm nada para comer nem têm saúde, não acontece nada. Esta é a crise actual."


Caótico. Sobre roubar de quem tem mais acho que não justifica. Sobre a postura dos crentes hoje, utilizo o exemplo do evangelho da prosperidade presentes em quase todos os canais de televisão propagando essa aberração contrária ao ensinamento proposto pelo Mestre. Três elementos movem a humanidade: dinheiro, poder e sexo. Salvo raras exceções.



Penso o mesmo, roubo é roubo!



"A quem rouba pouco chamam-lhe gatuno e metem-no na cadeia; pelo contrário, a quem o faz em grande escala chamam-lhe grande financeiro e recebe todo o tipo de elogios e felicitações pelo seu espírito empresarial." Quem isto escreve é um filósofo espanhol que, embora ateu e anticlerical, muito estimo: Fernando Savater, que acaba de publicar um pequeno livro de reflexão sobre - é este o título - Os Dez Mandamentos no Século XXI.



Não roubar referia-se, antes de mais, ao sequestro de pessoas, ao roubo de outros seres humanos, frequente para arranjar escravos. Esse rapto continua hoje, sobretudo para conseguir órgãos. Mas também continuam os raptos dos opositores políticos e de bebés, como aconteceu na ditadura argentina, tanto mais horrorosos quanto foram praticados também por pessoas ligadas à religião, até de missa diária. Ora, "o corpo é a propriedade elementar que cada um de nós tem e ninguém quer ser utilizado, raptado ou manipulado por outros".

Há múltiplas formas de roubo: o roubo da dignidade, do tempo, de ideias. É impressionante o que se passa em situações de catástrofe, como terramotos e inundações: no meio do caos e da desordem, o saque em massa. É como se populações desfavorecidas pudessem, finalmente, participar no festim do capitalismo e do consumo.

Na realidade, quando falamos em roubo, referimo-nos, em princípio, a tirar às pessoas injustamente os bens que possuem e a que têm direito. Mas, em caso de necessidade, ainda se pode falar de roubo?



Eric Koenigkam sobre roubar aos ricos, em caso de extrema necessidade, não é pecado. É penalizado pelos tribunais civis mas não pela Igreja.






Savater (que, recordo, é um dos meus mestres de pensamento) no seu livro "Invitación a la ética" refere apropriadamente: "Generalizar é, frequentemente, abrir a porta à indiferenciação, é afinal abrir as portas a um certo cinismo que os maldosos aproveitam".




Internauta português (de tipo ou carácter patriota): "Num momento de penúria e de nacionalidade, D.João, antes de ser "primeiro" impôs pesadíssimos impostos ao povo português, no intuito de rearmar as hostes que iriam combater Castela. Não fôra a peste que entretanto se declarou e a actual independência face à Espanha de hoje, provavelmente não existiria. (Um dia em sede de aula, questionei a minha querida Prof.ª medievalista Maria Helena Cruz Coelho, especialista na matéria joanina da época, ressaltando, que me parecia que tais impostos, me pareceriam espoliamento (roubo), hoje compreendo, não fôra eles, e Portugal seria mais uma região espanhola.) Esta questão do esmagamento pelos impostos (seis meses a trabalharmos para os pagar), está de novo em cima da mesa: mas para salvarmos - quem?"



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